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Celulares Fora, Brincadeiras Dentro: Resgatando o Brincar para um Desenvolvimento Cognitivo Saudável
POSTADO POR META | 24/03/2025
Nos últimos anos, o uso de celulares por crianças e adolescentes tornou-se um tema central no debate sobre educação e desenvolvimento infantil. Com a recente proibição do uso de celulares nas escolas, surge a necessidade de refletir sobre como essa medida pode impactar aspectos cognitivos fundamentais, como as funções executivas. Esse conjunto de habilidades mentais, essenciais para o autocontrole, a tomada de decisões e a resolução de problemas, é diretamente beneficiado pelo brincar, uma atividade frequentemente substituída pelo tempo de tela.
As funções executivas são habilidades cognitivas que permitem que uma pessoa regule seus pensamentos e comportamentos para atingir objetivos. O brincar, especialmente o brincar livre e simbólico, é uma das formas mais eficazes de promover o desenvolvimento dessas habilidades. Quando as crianças se envolvem em jogos que exigem regras, precisam controlar impulsos e seguir instruções. O faz de conta contribui para a adaptação a diferentes papéis e cenários, enquanto as atividades ao ar livre estimulam a colaboração, a autonomia e a resolução de problemas. Esses aspectos são essenciais para fortalecer a memória, o autocontrole e a flexibilidade cognitiva, promovendo um desenvolvimento equilibrado e saudável.
A proibição do uso de celulares nas escolas pode representar uma oportunidade valiosa para recuperar espaços e tempos destinados ao brincar. Com menos tempo de tela, as crianças podem se engajar mais ativamente em interações sociais presenciais, estimulando suas habilidades executivas de forma natural. Estudos indicam que o uso excessivo de telas está associado a déficits nas funções executivas, pois reduz o tempo de experiências concretas necessárias para o desenvolvimento dessas habilidades. Em contrapartida, a interação face a face, os jogos tradicionais e as brincadeiras físicas promovem um ambiente rico em estímulos cognitivos e emocionais.
Para que a proibição do uso do celular seja eficaz no desenvolvimento infantil, é fundamental que pais e escolas incentivem ativamente o brincar e a interação social. Criar espaços e momentos dedicados às brincadeiras livres e estruturadas na rotina escolar e familiar estimula habilidades essenciais. Atividades como jogos de tabuleiro, jogos que promovem o vocabulário, como Stop e Forca, contação de histórias, brincadeiras com bola e desafios que envolvem planejamento e cooperação contribuem para o desenvolvimento das funções executivas. Além disso, reduzir o tempo de tela também em casa e criar momentos de interação entre pais e filhos fortalece as conexões sociais e cognitivas das crianças.
A proibição do celular nas escolas, longe de ser apenas uma restrição, pode ser vista como um convite para resgatar o brincar como ferramenta essencial para o desenvolvimento das funções executivas. Ao proporcionar um ambiente mais propício para a interação e a criatividade, essa medida pode beneficiar significativamente o crescimento cognitivo, emocional e social das crianças.
SILVA, Mariana Tokarnia da. Proibição de celulares? Hiperconectividade dos alunos desafia escolas a ensinar uso responsável. Nova Escola, 12 mar. 2024. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/22024/proibicao-de-celulares-hiperconectividade-dos-alunos. Acesso em: 08 mar. 2025.
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